sexta-feira, 13 de abril de 2007

Se perdendo para encontrar

Evento - O bate-papo no Sesc Vila Mariana com Gilles Lapouge foi introduzido por uma mulher que apresentou-o como Gilles Lapège, ontem à noite. Além disso, o único contratempo foi que o jornalista francês, que morou muito tempo no Brasil, era obrigado a falar francês e era relembrado disso toda vez que automaticamente começava a falar português. Pelo jeito M. Lapouge valoriza mais a nossa cultura que a gente. E quando Moacir Amâncio, que intermediava a conversa sobre as experiências de viagens parou de falar com a sua voz de sono que provocava sono a platéia obteve um relato raro de experiências. O jornalista têm uma posição peculiar de francês correspondente para o Brasil, tendo trabalhado por essas bandas quando aqui chegou, aos 25 anos. A origem de seus textos vem de um olhar que é treinado para não sorfrer influências, ele conta. Ao ir para um lugar, prefere não ler sobre o lugar, não saber, não prever nada e deixar se levar pelo acaso. Lógico que pra isso é preciso tempo. Em seus relatos sobre a Amazônia, ficou no mínimo seis meses por lá. Isso, de reencontrar uma impressão direta sobre certa realidade, sem a impressão de um brasileiro nem a de um francês. Com certeza suas impressões fogem dos clichês. Ele comenta, por exemplo, que o gps é uma catástrofe total, já que assim como um pássaro migratório, vai direto ao ponto sem olhar pra o resto. Para ele, de nada dianta viajar com um programa de uma agência de viagens, tudo bem programado. É importante sentir o medo do desconhecido, para que os sentidos se agucem e a percepcão sobre o ambiente fique mais forte. Gilles Lapouge tem muito a dizer com as suas experiências. Podemos às vezes não concordar com uma opinião ou outra em seu texto, mas a viagem pela qual nos propõe imaginar, o jornalismo literário que faz de fatos que poderiam ser tão frios, propõe uma reflexão sobre nossas proprias impressões, nossa falta de aventura, presa aos leads cotidianos ou a realismo fantástico. Quando perguntado sobre ficções, aliás, disse: "O mundo é tão rico... não vejo necessidade de acrescentar à ele minha imaginação". Marina Gurgel

4 comentários:

Anônimo disse...

Pô Má, avisa quando rolar eventos deste tipo. Eu vi a foto desse cara e fiquei pensando, eu já vi essa foto, e sim, é o cara que sempre escreve matérias no Estadão. Método interessante o dele, porém difícil de acreditar que ele é não sofre influências...
Bem escrito.
Beijos

Anônimo disse...

Mas Ma esse evento foi ou vai ser? onde, como?

Pseudocult disse...

gi, FOI, primeira linha foi. Foi ontem, no sesc vila mariana

Anônimo disse...

valeu!

 
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